O Papa Francisco anunciou nesta sexta-feira, 29, que o ano
de 2015 será dedicado à Vida Consagrada. O anúncio foi feito durante a 82ª
Assembleia Geral da União dos Superiores Gerais (USG), que está sendo realizada
em Roma.
Aos participantes, o Papa afirmou que a radicalidade é pedida a todos os cristãos, mas os
religiosos são chamados a seguir o Senhor de uma forma especial. “Eles são
homens e mulheres que podem acordar o mundo. A vida consagrada é uma profecia”.
O encontro ocorreu nesta manhã, na Sala Sínodo, no Vaticano.
Em três horas de reunião, o Pontífice respondeu às perguntas dos superiores
gerais e tratou de temas referentes a Nova Evangelização.
Interrogado sobre a situação das vocações, o Papa afirmou
existir Igrejas jovens que estão dando muitos frutos, e isso deve levar a
repensar a inculturação do carisma. “A Igreja deve pedir perdão e olhar com
muita vergonha os insucessos apostólicos por causa dos mal-entendidos neste
campo, como no caso de Matteo Ricci”.
O diálogo intercultural, segundo Francisco, deve introduzir
no governo de institutos religiosos pessoas de várias culturas que expressam
diferentes formas de viver o carisma.
Durante o diálogo, Francisco insistiu sobre a formação, que
em sua opinião, deve ser baseada em quatro pilares: espiritual, intelectual,
comunitária e apostólica. “É essencial evitar todas as formas de hipocrisia e
clericalismo através de um diálogo franco e aberto sobre todos os aspectos da
vida”.
Francisco destacou também que a formação é uma obra artesanal e não um trabalho de
políciamento. “O objetivo é formar religiosos que tenham um coração terno e não
ácido como vinagre”, alertou.
Sobre a relação das Igrejas particulares com os religiosos,
o Papa disse conhecer bem os problemas e conflitos. “Nós bispos, precisamos
entender que as pessoas consagradas não são um material de ajuda, mas são
carismas que enriquecem as dioceses”.
Ao falar sobre os desafios da missão dos consagrados, o
Pontífice destacou que as prioridades permanecem as realidades de exclusão, a
preferência pelos mais pobres. Destacou
também a importância da evangelização no âmbito da educação, como nas escolas e
universidades.
“Transmitir conhecimento, transmitir formas de fazer e
transmitir valores. Através destes pilares se transmite a fé. O educador deve
estar à altura das pessoas que educa, e interrogar-se sobre como anunciar Jesus
Cristo a uma geração que está mudando”.
No final do encontro, Francisco agradeceu aos superiores
gerais pelo “espírito de fé e serviço” à Igreja. “Obrigado pelo testemunho e
também pelas humilhações pelas quais vocês passam”, concluiu o Papa.